segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Entrevista (blog kappabk) - 31-08-2008


KBKblog (Fábio) – Prazer Manuela. Esta entrevista é para o meu Blog KBK. Tem um ano e meio, e agora decidi realizar uma série de entrevistas para divulgar a música nacional. Os Clã são os segundos.

Manuela Azevedo (MA) – Ah, mas que bem! Muito bem, então vamos lá! (risos)

KBK – Estiveram no dia 7 de Agosto no sudoeste, têm passado o verão em muitos concertos, em vários festivais. Como é passar um verão em cima dos Palcos?

MA – É o costume! (Risos) Há vários anos que temos verões assim em cima dos palcos, pela estrada. Gostamos muito, é uma sensação muito boa, poder tocar ao ar livre, à noite, com um luar magnífico, para públicos tão diferentes, e embora toquemos as mesmas músicas em alguns concertos é sempre diferente. É muito especial!

KBK – A estrada é cansativa, têm tido imensos concertos, mas quando o valor de uma banda é reconhecido tudo vale a pena.
Concorda que com o álbum “Cintura” os Clã passaram a ser mais reconhecidos?

MA – O Álbum “Cintura” deu surgimento ao reconhecimento de um novo público. Temos percebido que somos mais reconhecidos por um público mais jovem e que, apesar de nós termos quase 15 anos de carreira, basicamente só conhecem este trabalho e nada dos antigos. Com ente trabalho conseguimos chegar muito mais perto de uma nova geração, uma geração mais nova, foi um álbum que nos abriu novas oportunidades.

KBK – Porquê a escolha de “Tira a Teima” e “Sexto andar” como os primeiros singles?

MA – O “Tira a Teima” é um convite atrevido a todos, é um tema que define bem o disco, é claramente um bom cartão de apresentação do álbum. É um tema bastante animado, muito vivo, cheio de energia, penso que era o tema ideal para a apresentação do álbum.

Em relação ao “Sexto andar”, bom penso que era inevitável ser um dos primeiros singles. Fala do significado, ou melhor, dos diferentes significados que uma música pode ter para cada um de nós.

KBK – Já trabalhou com Sérgio Godinho, integrou o projecto “Humanos” e é a vocalista dos Clã. O que lhe falta fazer?

MA – Falta muita coisa para fazer. (risos) Falta tanta coisa. Já fiz muita coisa, os Clã são o meu principal projecto, mas é bom inovar, criar projectos novos. Aprende-se muito, novos trabalhos e colaborações são óptimas ocasiões para se aprender.

KBK – Com quem gostaria de trabalhar num futuro próximo?

MA – Tantos! (risos)

KBK - A Nível nacional e internacional?

MA – Sim, claro! Sabes, agora estamos envolvidos num projecto chamado Movimento UPA, não sei se ouviste falar. É um projecto de solidariedade que defende as pessoas com doenças mentais e vamos gravar uma canção com Jorge Palma.

KBK – O que é que a incentivou a fazer música?

MA – Não sei bem! A minha ligação com a música começou muito cedo. Foi o meu irmão que me iniciou na música, pôs-me na banda dele como vocalista, ensinou-me a dançar. Mais tarde tirei o curso geral de piano, depois fui para a Universidade, tirei o curso de direito. E, num dia o Hélder, que fundou os “Clã” ligou-me e fez-me uma proposta, a de ser vocalista da banda. E assim começou, e até hoje, e já lá vão 15 anos.

KBK – Muitas vezes damos conta que as canções estão a falar para nós. O “Sexto andar” conta isso mesmo. Qual a canção da sua vida?

MA – Várias, depende dos momentos da minha vida.
Mas posso-te dizer que adoro uma música que não sei por quem é que é cantada na versão original, mas que é cantada por Elis Regina, “Casa no campo”. É uma música que retrata o ideal mais romântico da vida.

KBK – Tem algum ídolo a nível musical?

MA – Não. Na adolescência, que é quando se têm todos aqueles ídolos pop/rock, eu estava virada mais para música clássica, só agora é que estou numa onda mais rock. (risos). Mas posso referir Tom Waits, adoro as suas músicas e adoro a sua voz esganiçada.

KBK – “Um sopro, um calafrio”, é o que sente quando sobe ao palco?

MA – Não sei, se é por sermos 6, um grupo, mas acho que o stress se dispersa. Entramos sempre a falar, às vezes até do jogo de futebol que estávamos a ver. Super descontraídos. Mas quando é alguma apresentação, é obvio que o calafrio está presente, mas sempre positivo.

KBK – É muito reconhecida na rua?

MA – Não, Não! (risos) O palco e a televisão mudam muito as pessoas, passo completamente despercebida.
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Respostas Rápidas:

Maior vício - Café;
Maior medo - Violência;
Um Doce - Natas;
Uma Cidade - Lisboa
Um Objecto - Colar;
Um momento - Noite;
Uma cor - Verde;
Uma defeito - Preguiça;
Uma qualidade - Preguiça (risos)
Desporto ou sofá? - Humm, Desporto!

KBK – Iniciaram à cerca de 15 anos, será este o melhor momento dos “Clã”

MA - Espero bem que não, que venha daí muito melhor!

Fonte: kappabk, Fábio

"Casa no Campo"

"...Incluída no excelente LP que Elis lançou em 1972, cujo repertório ostentava músicas como "Águas de Março", "Casa no Campo" acabou se tornando uma espécie de manifesto de intenções de boa parte da juventude da época...."

"...Concorreu no VI FIC, em 71, que tinha seu júri presidido por Elis Regina. Ao ouvir a composição, a cantora resolveu gravá-la, dando-lhe uma suave interpretação em consonância com o desejo de vida alternativa exposto nos versos..."

(Texto extraído do Livro: 'A Canção no Tempo -- 85 anos de músicas brasileiras vol2: 1958 -- 1985 -- Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, pág. 171)

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